28 março 2012

"Sejas sempre renovável"


imagem google















OPINIÃO | 28.03.2012 - 06:37hs

Por uma melhor qualidade de vida

José Medeiros
Creio que data da metade do século 20 a repetição de conselhos médicos: faça um regime adequado, faça caminhadas, não fume, evite os estresses prolongados. Os médicos tinham razão. Os limites da vida humana no Brasil oscilavam entre 50 e 60 anos. Uma parte da população não abandonava as comidas excessivamente gordurosas. Excedia-se nelas. Numa contraofensiva dos que não aceitavam os regimes, virou moda repetir um poema de Vinicius de Moraes, poeta e cronista consagrado; a título de curiosidade, reproduzo de memória esse poema:

“Não comerei da alface a verde pétala/Nem da cenoura as hóstias desbotadas/Deixarei as pastagens às manadas/E a quem mais aprouver fazer dieta./Não nasci ruminante como os bois/Nem como os coelhos. Roedor; nasci/Omnívoro: deem-me feijão com arroz/E um bife, e um queijo forte, e parati/E eu morrerei, feliz, do coração/De ter vivido sem comer em vão”.

Observação do médico que sempre o acompanhou: “Iludia-se o poeta. Num tempo em que as coisas andaram meio pretas, ele teve que se enquadrar direitinho e passou a comer legumes na água e sal. Castigo. Comia resmungando e com muitos protestos”.

Dada a natureza do assunto de que trato neste artigo, lembro que, raramente, na atualidade, ouve-se falar de doenças que maltrataram pessoas e famílias nos 50 anos anteriores: tétano, coqueluche, difteria e paralisia infantil, entre outras. Os progressos da medicina fizeram milagres: as vacinas hoje obrigatórias, a penicilina e os antibióticos, os avanços da cirurgia e do arsenal terapêutico que se dispõe. Acrescente-se alimentação adequada e cuidados que concorrem para a melhoria da qualidade de vida.

Perguntaram a um pediatra quando se deve começar a educação alimentar das crianças. Ele respondeu: durante a gravidez da mãe, porque ao nascer o bebê, o peito deve ser a fonte alimentar insubstituível; meses depois, evite-se o excesso de alimentos que podem levar à obesidade.

A preservação da saúde física e mental deve ser uma luta diária. A lição que nos dá Santo Agostinho é encorajadora: “Não é possível dizer-te sempre coisas novas, nem te é necessário ouvi-las. O que importa é que sejas sempre renovável, que te desprendas cada dia do homem-velho e que cada dia tornes a nascer, a crescer e a evoluir”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário